sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Encantada

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Encantada (Enchanted, 2007)

Estreia oficial: 21 de novembro de 2007
Estreia no Brasil: 14 de dezembro de 2007
IMDb



Revendo este "Encantada", da Disney, que tem uma parte em animação e outra em live action, me diverti tanto quanto da primeira vez que o assisti. É verdade que a trama acaba recaindo nos próprios clichês que satiriza, mas no processo, garante boas risadas e uma diversão garantida.

Começando com uma clássica animação 2D, lembrando os antigos desenhos do estúdio do Mickey, principalmente os de princesas, o roteiro de Bill Kelly apresenta-nos Giselle (Amy Adams), uma mistura de Branca de Neve, Cinderela e Bela Adormecida, que é resgatada pelo príncipe Edward (James Marsden). Assim como acontece em todo e qualquer conto de fadas, o amor dá-se à primeira vista, e os pombinhos marcam seu casamento para o dia seguinte. Porém, a madrasta de Edward, a Rainha Narissa (Susan Sarandon), intimidada pela possibilidade de perder o trono, joga Giselle em um poço mágico.

E é a partir daí que "Encantada" mostra originalidade, pois Giselle vai cair em plena Manhattan. Ali, depois de presenciar individualismos, egoísmos, insensibilidades e indiferenças com os quais não estava habituada em seu mundo, acaba conhecendo Robert (Patrick Dempsey) e sua filha Morgan (Rachel Covey). Juntos, pai e filha ajudam a sonhadora e ingênua Giselle a sobreviver no mundo real. Mas logo, Edward e o esquilo Pip também aparecem em Nova York para resgatá-la; assim como o assecla de Narissa, o desajeitado Nathaniel (Timothy Spall), que vem garantir que os planos da rainha concretizem-se.

Acertando na escalação de sua protagonista, muito do encanto (não resisti!) do filme está na figura da sempre ótima Amy Adams. Ela é a personificação das famosas princesas, imortalizadas pelos Estúdios Disney. Ela parece flutuar, canta a todo momento, fala com animais… E faz tudo isso com a simpatia, carisma e delicadeza que Adams consegue emprestar a seus personagens; além da inocência à flor da pele - e suas caras e bocas, sustos e gritinhos a cada acontecimento são a prova disso - características essas que, de forma sutil, a atriz vai deixando de lado à medida em que Giselle começa a se tornar 'mais humana'.

Com um bom ritmo da narrativa, as divertidas cenas musicais dão o toque de contos de fada ao mundo real. Em especial a cena em que Giselle convoca bichinhos nada fofinhos para ajudá-la na limpeza da casa, à la Branca de Neve; porém em vez de esquilos, coelhos, passarinhos e outros animais bonitinhos, surgem ratos, baratas e pombas. Há também a sequência em que ela sai cantando pelo Central Park, levando uma legião de seguidores a entrar em seu mesmo ritmo - a coreografia e os planos gerais garantem a beleza da cena.

Destaque também para a atuação over, porém mais do que adequada ao seu papel, de James Marsden, que cria um príncipe tão viril quanto tapado. São dele vários dos momentos mais engraçados do longa, como sua luta com um ônibus, ou sua interação com uma televisão.

Claro que, inevitavelmente, o longa acaba se transformando numa daquelas comédias românticas clichês e previsíveis, com o afamado happy ending, afinal estamos falando de um filme Disney. Mas é inegável que é um filme divertido, que vai provocar risos e sorrisos nas crianças de todas as idades.


por Melissa Lipinski


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