domingo, 25 de setembro de 2011

Indiana Jones e a Última Cruzada

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Indiana Jones e a Última Cruzada (Indiana Jones and the Last Crusade, 1989)

Estreia oficial: 24 de maio de 1989
IMDb



"A Última Cruzada" é o meu "Indiana Jones" favorito. Talvez porque Harrison Ford esteja mais à vontade do que nunca como o protagonista que imortalizou, talvez pela sua química perfeita com Sean Connery, talvez pelos diálogos espirituosos, talvez pelas sequências de ação eletrizantes… Talvez por tudo isso junto.

O início do longa já o diferencia dos anteriores. Sim, ele traz um prelúdio (como os demais), que conta uma mini-história já repleta de ação vivida por Indy. Sim, novamente traz o logo da Paramount (a montanha) fundindo-se com uma imagem real (agora uma pedra no mesmo formato). Porém, neste terceiro filme da saga, essa 'pré-história' é vivida por um Indiana Jones jovem (River Phoenix) e mostra o início da vida repleta de aventuras que o protagonista viria a ter, e também como o chapéu de feltro e o chicote (seus parceiros inseparáveis) surgiram em sua vida, assim como o seu medo por cobras.

Mas, para mim, o melhor do roteiro escrito por Jeffrey Boam é o desenvolvimento da relação entre o filho, Indiana Jones, e seu pai, Henry Jones (Sean Connery). Se no prólogo da história já nos é apresentada essa difícil relação, assim como o fato de o professor Henry Jones dar mais atenção às suas pesquisas do que ao filho, durante todo o restante do filme vemos como esses conflitos se colocam entre os dois e a maneira como isso os afeta, não escancaradamente, mas nos pequenos detalhes e olhares entre esses dois personagens.

Como o roteiro não precisa apresentar mais o personagem-título, parte direto para os fatos, o que faz com que este filme tenha bem mais ação do que seus anteriores. A recorrência em colocar os nazistas como vilões absolutos da trama também auxilia na identificação do público (já que eles são os 'vilões-mor' da história da humanidade), não precisando explicar muito a respeito, afinal ninguém gostaria de imaginar como seria se Hitler e companhia tivessem em suas mãos um poder que os tornassem imortais. É uma situação que todos temeriam (seja na realidade ou na ficção).

Mas não é somente aí que o roteiro acerta, mas também ao colocar mais humor e mais cinismo na história. O conflito entre pai e filho gera situações divertidas, assim como a maior participação de Marcos Brody (Denholm Elliott). Mas talvez o ponto máximo de humor esteja na cena onde os Jones vão parar no meio de uma manifestação nazista e dão de cara com ninguém menos que o próprio Adolf Hitler. As caras e bocas de Harrison Ford nesta sequência são impagáveis!

Ford, como disse no início, está bem à vontade com esse personagem que já conhecia tão bem, e pode desenvolver mais as suas nuances. Já Sean Connery (escolhido por Spielberg por ser "o" 007, já que o diretor anteriormente queria dirigir um filme do agente britânico) está melhor do que nunca e, embora apenas 12 anos mais velho que Harrison Ford, realmente aparenta ser seu pai e, deixa claro de onde Indiana puxou sua jovialidade e seu charme (principalmente com as mulheres).

A trilha musical deste terceiro "Indiana Jones" volta a ter a música-tema composta por John Williams como destaque absoluto, ainda que com arranjos mais sofisticados (e Williams recebeu sua terceira indicação ao Oscar pela série).

A fotografia, novamente feita por Douglas Slocombe, volta a ter as sombras demarcadas de semblantes como sua marca, ainda que em menor escalas do que nos dois filmes anteriores. Os efeitos visuais também são muito bem feitos (aliás, a única categoria do Oscar que foi premiada nos três filmes do herói), e não aparecem de forma gratuita, mas sim para auxiliar o desenvolvimento da história.

Mas é novamente Steven Spielberg quem sai soberano. Depois de um hiato de 5 anos e dois longas mais 'dramáticos' ("A Cor Púrpura" e "Império do Sol"), o diretor volta a dirigir as sequências de ação de forma magistral, construindo-as de maneira a deixar o espectador 'pregado' em sua cadeira, roendo as unhas ou arrancando cabelos. Brincadeirinhas à parte, Spielberg sagra-se definitivamente, com este filme, como um dos melhores diretores (senão o melhor) de filmes de ação e aventura. Ele sabe, como ninguém, manter a tensão de uma sequência, intercalando planos em montagem paralela, com duração cada vez menor, até atingir o ápice da ação, sua resolução, quando retoma o uso de planos mais longos para que o público possa voltar a respirar.

Enfim, "A Última Cruzada" é a consagração definitiva do melhor herói cinematográfico, com excelentes atores, um roteiro que equilibra humor, cinismo e aventura, e um diretor brilhante. Não é apenas a aventura máxima de Indy; é uma das melhores aventuras do Cinema.

Fica a dica!


por Melissa Lipinski
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Este definitivamente é o melhor filme da saga. Drama, aventura, comédia, de época, tudo junto.

O roteiro. Começa nos mostrando um pouco da motivação e dos medos do jovem Indiana Jones. Nesta história é incrível que mesmo não conhecendo muito dos pormenores do Santo Graal, nós entendemos o que se passa no filme. Os diálogos são muito bem escritos e as situações são construídas formidavelmente.

Arte e Fotografia. A Direção de Arte sempre competente recriando os ambientes. Neste terceiro filme teve o apoio daquela locação que fica em Petra (Jordânia). Este cenário é incrível. Incrível mesmo. A Direção de Fotografia também está muito bem e, pessoalmente, adoro a ilusão de ótica de uma das provações para se chegar ao Santo Graal.

Quanto ao elenco e personagens. Aqui Indiana Jones finalmente tem um personagem para disputar a atenção. O personagem de seu pai, Henry Jones (Sean Connery), é muito bem construído e interpretado. Os momentos cômicos do filme vêm da interação entre pai e filho na trama.

Por fim, na minha opinião, o melhor dos "Indiana Jones". Feito para se ver e rever mais de uma vez, sem nunca se cansar.


por Oscar R. Júnior


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