sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Harry & Sally - Feitos Um Para o Outro

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Harry & Sally - Feitos Um para o Outro (When Harry Met Sally…, 1989)

Estreia oficial: 21 de julho de 1989
IMDb



Harry é sarcástico. Sally é decidida. Harry é encantador. Sally é uma graça. Não há como não se apaixonar por esses dois!

Escrito há mais de 20 anos atrás por Nora Ephron, o roteiro de "Harry & Sally" continua atual em suas questões sobre o relacionamento entre homens e mulheres. Será que pode existir amizade verdadeira entre os sexos opostos? Ou haverá sempre a questão do sexo para atrapalhar? Harry acha que isso não é possível. Bom, pelo menos em parte do filme. Sally acredita que isso é uma bobagem. Mas será mesmo?

Mas a única resposta que o longa dirigido por Rob Reiner dá ao seu público é que vale a pena se deixar apaixonar, ainda mais se for por Harry e Sally.

Com diálogos rápidos e sacadas inteligentes, as trocas de palavras entre os protagonistas é algo difícil de encontrar no cinema hollywoodiano (quem dirá então em comédias românticas!). Tanto suas conversas provocadoras quanto aquelas mais íntimas e reveladoras, são apimentadas por comentários maldosos, críticos e cínicos. Não há como não se idenficar com os personagens. E suas conversas mais banais são também as mais interessantes, e que nos fazem conhecer melhor os personagens, seja quando falam sobre sonhos, desilusões amorosas ou discutindo o final de "Casablanca".

Billy Cristal e Meg Ryan interpretam Harry e Sally, e não é exagero dizer que ambos estão nos papéis de suas vidas. A química entre os dois é inegável, e se Billy Cristal é responsável por boa parte das cenas ou tiradas cômicas do longa, é de Meg Ryan a cena que se tornou a mais conhecida do filme: quando ela finge um orgasmo em meio a um restaurante. É hilário! Os personagens não são meras caricaturas (coisa mais do que usual nos filmes do gênero), são bem construídos, e vão se revelando aos poucos ao espectador. Como Harry e Sally encontram-se (e desencontram-se) ao longo dos anos, vamos vendo a evolução e o amadurecimento dos dois.

E Rob Reiner dirige tudo de forma a não deixar o ritmo cair. A opção do diretor em entrecortar os períodos temporais vistos na história com depoimentos de casais que narram como se conheceram e se apaixonaram (realmente não sei se são histórias reais, eu acredito que não, mas isso não importa), é uma ótima forma de aumentar a ansiedade do espectador em ver quando é que Harry e Sally também vão passar pela sua própria experiência.

Além disso, o filme possui planos belíssimos, que mostram todo o charme de Nova York, seja qual for a estação do ano, como na cena em que os protagonistas passeiam por um parque, coroados com árvores em tons laranjas que fazem o fundo do enquadramento. É belíssimo! E a ótima trilha sonora embala tudo isso com ótimas canções e jazz.

Enfim, "Harry e Sally" é apaixonante. Harry e Sally são apaixonantes! Não há como não deixar uma lágrima brotar ao ouvir Harry dizer: "Adoro quando você sente frio, mesmo que faça 22º. Adoro quando você demora uma hora pra pedir um sanduíche. Adoro sua ruga na testa quando olha pra mim como se eu fosse doido. Gosto de sentir seu perfume em mim depois de passar o dia todo com você. Adoro que seja a última pessoa com quem quero falar antes de dormir. E não é porque estou solitário, nem porque é noite de Ano Novo. Vim aqui hoje porque quando você percebe que quer passar o resto da vida com alguém, quer que o resto da vida comece o mais cedo possível. Eu te amo". Podem me chamar de romântica, mas quem não gostaria de ouvir uma declaração dessas?

Fica a dica!


por Melissa Lipinski


   

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