domingo, 22 de maio de 2011

Cartas para Julieta

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Cartas para Julieta (Letters to Juliet, 2010)

Estreia oficial: 13 de maio de 2010
Estreia no Brasil: 11 de junho de 2010
IMDb



"Cartas par Julieta" é 'demais'. 'Mais' uma comédia romãntica formulaica. 'Mais' uma boa premissa desperdiçada pelo gênero. 'Mais' atuações medíocres... A lista de 'mais' vai longe. Ou seja, mais do mesmo.

Como falei a premissa até que é boa. Sophie, uma aspirante a jornalista, vai até Verona (cidade imortalizada por Shakespeare com seu romance mais famoso, "Romeu e Julieta"), vai até a sacada de Julieta e se depara com moças de todos os lugares que vão até ali pedir conselhos sentimentais para a heroína Shakespeariana. Sophie (Amanda Seyfried) então descobre que a prefeitura mantém um serviço de respostas para essas cartas: todos os dias um grupo de mulheres as recolhe e as responde, uma a uma. É nesse ínterim, ajudando as tais "Secretárias de Julieta", que Sophie descobre uma carta escrita há mais de 50 anos e resolve respondê-la.

A partir daí, entretanto, o filme cai na mesmice. Mesmice essa que pode ser antevista desde a primeira sequência do longa, quando conhecemos a personagem e seu noivo (Gael García Bernal). As situações são tão previsíveis que já sabemos o que vai acontecer ao final do filme.

As protagonistas da história, Amanda Seyfried e Vanessa Redgrave até tentam dar um pouco de dinamismo e singularidade ao filme, mas em vão, já que suas personagens acabam revelando-se estereótipos superficiais. Já os atores do longa, falham miseravelmente em suas composições de personagens. Chritopher Egan (como o 'mocinho' por quem Sophie vai se apaixonar) é totalmente inexpressivo. E Gael García Bernal (o noivo que não dá a devida atenção à protagonista) - um ator talentoso - é totalmente desperdiçado em um papel caricato e dispensável à história. E Bernal, visivelmente, nem se esforça e parece estar no piloto automático, menos por culpa do ator do que do roteiro, já que nem um milagre conseguiria fazer com que se saísse bem com as falas e situações escritas para seu personagem.

No fim, o amor verdadeiro descrito em "Cartas para Julieta" soa artificial e banal, uma deturpação do amor descrito por Shakespeare em sua obra.


por Melissa Lipinski