quarta-feira, 6 de abril de 2011

Os Dois Ladrões

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.
Dois Ladrões, Os (1960)

IMDb



"Os Dois Ladrões" é uma chanchada produzida pelo antigo estúdio brasileiro Atlântida, especializado neste tipo de produção.

O filme narra a história de "Mão Leve" (Cyl Farney), um tipo de Robin Hood, que rouba de pessoas ricas e para doar dinheiro aos pobres. Mas também o faz por diversão, já que ele mesmo é rico.

Para realizar seus planos, ele sempre conta com a ajuda de seu parceiro no crime, Jonjoca (Oscarito), que, não precisa nem dizer, é super atrapalhado. Os dois roubam as jóias de uma mulher rica, Madame Fortuna (Ema D'avila). Mais tarde, durante um novo golpe em outra ricaça, Madame Gaby (Eva Todor), "Mão Leve" descobre que a sua primeira vítima é cunhada de seu irmão mais novo. Então, começam as confusões com o galã tentando devolver as jóias e se apaixonando por uma corretora de seguros, enquanto Jonjoca, sozinho, tenta dar prosseguimento ao novo golpe.

Não é preciso nem comentar que toda a graça do filme está em Oscarito. A cena em que ele, travestido de Madame Gaby, dá de cara com a própria num corredor de hotel e finge ser um espelho, é clássica. E engraçadíssima! Oscarito foi único.

O restante da história não tem nada de novo. O filme investe na sátira a filmes dos gêneros noir e policial. A cena inicial, com os dois ladrões no contraluz é muito bonita e realmente lembra os filmes noir das décadas de 1940 e 1950. No restante, apenas a bastante utilização de sombras. Já que as personagens não são, nem de longe, tão dúbias quanto nos filmes estadunidenses do gênero. Aliás, Carlos Manga foi quem iniciou esse tipo de sátira a filmes hollywoodianos dentro da Atliantida.

Apesar do humor um pouco ultrapassado (não para quem gosta de "Zorra Total" e afins), vale a pena como um dos poucos filmes preservados da Atlântida. E para rever Oscarito, claro.


por Melissa Lipinski


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