terça-feira, 15 de março de 2011

Passe Livre

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Passe Livre (Hall Pass, 2011)

Estreia oficial: 25 de fevereiro de 2011
Estreia no Brasil: 11 de março de 2011
IMDb



Os irmãos Bobby e Peter Farrelly têm altos e baixos. Altos muito bons, e baixos nem tão ruins assim, pelo menos no geral. Seus melhores trabalhos (que, coincidentemente, são seus primeiros longas) com certeza são "Debi & Lóide - Dois Idiotas em Apuros" (1994), "Kingpin - Estes Loucos Reis do Boliche" (1996) e "Quem Vai Ficar Com Mary?" (1998). Depois disso, sucederam os medianos "Eu, Eu Mesmo e Irene" (2000), "Osmose Jones" (2001), "Ligado em Você" (2003) e "Amor em Jogo" (2005). E, os mais fracos "O Amor É Cego" (2001) e "Antes Só do que Mal Casado" (2007). E, apesar desses filmes mais fracos, definitivamente é uma filmografia que deve ser levada em consideração. E, felizmente, esse seu novo trabalho, "Passe Livre", pode até não ser tão engraçado quanto "Debi & Lóide" e "Quem Vai Ficar Com Mary?", nem tão absurdo quanto "Kingpin", mas definitivamente entra para o primeiro grupo, já que garante gargalhadas do início ao fim do filme.

Aqui, os amigos Rick (Owen Wilson) e Fred (Jason Sudeikis), apesar de casados com mulheres lindas e inteligentes, não conseguem deixar o velho hábito adolescente de olhar (e desejar) toda e qualquer mulher que passa pelo caminho deles. Apesar de, na maioria das vezes, fazerem vista grossa às atitudes dos maridos, uma sucessão de acontecimentos faz com que Maggie (Jenna Fisher) e Grace (Christina Applegate) dêem passe livre para seus maridos, ou seja, uma semana de folga do casamento, para fazerem o que bem entenderem.

Aqui, os diretores voltam a fazer o que sabem fazer melhor: graça em cima de situações constrangedoras. Eles são mestres em levar as situações até o limite do tolerável (e quem já assistiu a pelo menos um de seus filmes sabe do que estou falando). Só pra ilustrar, há a cena em Fred está se masturbando em seu carro e é surpreendido por dois policias; ou naquela em que o mesmo está ajudando uma moça que não está se sentindo muito bem no seu quarto de hotel, e acaba presenciando um espirro nada convencional dela. A mesma cena prova que os Farrelly continuam sabendo usar a escatologia muito bem (diferentemente da maioria dos cineastas estadunidenses que, constantemente, apelam para ela), assim como a cena em que um dos amigos da dupla principal não consegue se segurar e faz suas necessidades no meio de um campo de golfe.

Porém (igualmente de forma diferente da maioria dos diretores de comédias estadunidenses), os diretores prezam pela construção de seus personagens. E, assim como acontecia nos seus três melhores longas, eles conseguem fazer com que o espectador realmente se interesse (e se importe) pela dupla protagonista. Claro que a competência dos atores também ajuda. Owen Wilson encarna o tipo boa praça ao qual está tão acostumado. Já Jason Sudeikis tem um trabalho mais difícil, já que seu personagem é mais machista, mais preconceituoso e mais "nojento" que Rick, e, dessa forma, é notável que, mesmo assim, o ator consiga a empatia do espectador.

Mas, acho que o grande mérito dos irmãos como diretores é acertar no tempo de suas piadas. Por mais que estendam ao máximo as situações constrangedoras, eles sabem exatamente o ponto onde cortar as cenas.

Outro ponto positivo é o elenco de apoio. Desde o excepcional Richard Jenkins, como o mulherengo Coakley; até o casal de amigos ricos, Gary e Britney (Stephen Merchant e Lauren Bowles), todos estão ótimos. E dão o tom certo das piadas.

Finalmente, "Passe Livre" trata de um tema que, normalmente, atinge a todos, a tendência a supervalorizar o passado e menosprezar o presente que nos cerca. Contando ainda com um discurso final bonitinho sobre família do personagem de Owen Wilson, este novo filme dos Farrelly consegue ser tocante sem ser açucarado demais, e, o melhor, sendo engraçado do início ao fim.

Fica a dica!


por Melissa Lipinski
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Os irmão Farrelly são conhecidos por fazerem comédias com um estilo próprio. Algumas piadas mais ácidas, cenas que fazem os filmes terem restrição de idade, entre outros. Que eles dirigiram recordo de ter gostado do "Debi & Lóide" (Dumb & Dumber, 1994); "Quem Vai Ficar com Mary?" (There's Something About Mary, 1998); "Eu, Eu Mesmo e Irene" (Me, Myself & Irene, 2000); "Osmose Jones" (2001). E lembro de não ter gostado muito de "O Amor É Cego" (Shallow Hal, 2001) e "Antes Só do Que Mal Casado" (The Heartbreak Kid, 2007).

Felizmente este "Passe Livre" me fez dar umas boas gargalhadas das situações e piadas. E não é à toa que não tem classificação indicativa de Livre, mas vale a pena.

A atuação está excelente e faço o devido destaque para Richard Jenkins, mesmo fazendo somente uma ponta, ele rouba a cena quando aparece.

Muito bom. Recomendo.


por Oscar R. Júnior


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