quarta-feira, 9 de março de 2011

O Besouro Verde

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Besouro Verde, O (The Green Hornet, 2011)

Estreia oficial: 12 de janeiro de 2011
Estreia no Brasil: 18 de fevereiro de 2011
IMDb



O cineasta francês Michel Gondry até agora não tinha me decepcionado. Muito pelo contrário, estava virando cada vez mais sua fã. Desde sua estreia em longas com o crítico "Natureza Quase Humana" (2001), passando pelo onírico "Sonhando Acordado" (2006), o nostálgico "Rebobine, Por Favor" (2008), até sua obra-prima "Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças" (2004), todos contavam com uma direção inspirada, que primava pelo estímulo visual do espectador.
Entretanto, com este "O Besouro Verde", Gondry pisa feio na bola. Não só o roteiro do filme é fraco, mas a direção parece ter sido realizada por um "Michael Bay da vida", o que é realmente preocupante.

A história é baseada no personagem criado para o rádio, por George W. Trendle, na década de 30, e que depois virou série de TV nos anos 60 (a qual tornou Bruce Lee conhecido; ele é, inclusive homenageado aqui, através de um desenho feito pelo atual Kato, papel de Lee na série). Acompanhamos como o playboy babaca e imaturo, Britt Reid (Seth Rogen), torna-se o Besouro Verde. O problema aqui, é que o protagonista não se faz passar por inconsequente, ele realmente o é.

Mas não só o protagonista é mal desenvolvido. O conflito entre pai (Tom Wilkinson) e filho (Rogen) soa falso e não convence. O vilão (Christoph Waltz), que até tem uma introdução promissora graças à participação eficiente de James Franco, jamais é desenvolvido com eficiência. Fora os diálogos (que, em excesso) soam maçantes e repetitivos. Sem falar em Lenore Case, personagem totalmente idiota de Cameron Diaz - acho que nunca vi uma mocinha tão mal desenvolvida.

Porém, é verdade que algumas piadas funcionam. E o grande destaque do filme é mesmo Kato (Jay Chou). Porém, os roteiristas (Seth Rogen e Evan Goldberg) parecem não querer que Kato roube o posto de herói de Britt e, da mesma forma, logo desperdiçam esse personagem. Porém, as sequências de luta encenadas por Chou funcionam, embora eu tenha achado que não trazem realmente nada de novo.

Por fim, apesar de uma ou outra cena inspirada, Michel Gondry parece ter dirigido este "O Besouro Verde" em estado de sonolência profunda, resultando em um filme tão idiota e desnecessário quanto seu protagonista, Britt Reid.


por Melissa Lipinski
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Ok, achei que era baseado em uma história em quadrinhos e descubro que não. Besouro Verde foi primeiro uma série de rádio, chegou a ser série de TV entre 1966 e 1967 (com Van Williams e Bruce Lee), tendo somente uma temporada. E agora virou novamente filme. E, segundo o IMDb, já houveram mais 2 versões, outra série de TV em 1940 e um curta em 2006. Mas vamos ao filme.

A história é um tanto fraca. Personagens mal construídos e sem motivação plausível. Atuação bem mediana até mesmo a do Christoph Waltz, que renderia muito mais.

Por outro lado a parte cômica do filme foi bem engraçada. Ri ao menos. Próximo do fim o filme vai descambando em cenas fracas e pirotecnias sem fim e tem um final bem brochante.

Por fim, não sei o que deu na cabeça do diretor Michel Gondry fazer um filme assim. Ele que já dirigiu os bons "Rebobine, Por Favor" (Be Kind Rewind, 2008), "Sonhando Acordado" (La Science de Rêves, 2006) e o maravilhoso "Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças" (Eternal Sunshine of the Spotless Mind, 2004), vem e me dirige esse "O Besouro Verde". Infelizmente isso aconteceu.


por Oscar R. Júnior


2 comentários:

Notícia em Verso disse...

Deixe aqui um pouco do seu tempo, leia o que vou escrever
Melhor do que ir ao cinema à toa e o seu dinheiro perder
Não sei se a ideia do filme era fazer crítica, uma sátira
Se o objetivo foi esse mesmo, o tiro saiu pela culatra

Besouro Verde conta a história de um fanfarrão
Filhinho de papai, rico, morando numa mansão
Seu pai, dono de jornal, rígido, morre assassinado
E ele resolve ser herói, para defender seu legado

Se alia a um chinês, funcionário, fazedor de café
Também mecânico e cientista, sabe como é que é
Até aí, nada extraordiário, enredo comum de super herói
Com um argumento fraquíssimo, a narrativa se constrói

Os protagonistas são dois babacas com ideia idiota
Desculpem, não há outra definição para o que se mostra
Aliás, Debi e Loide formam dupla muito mais afinada
Porque deles, ao menos, dá para se rir da piada

E o bandido? Ah, o bandido é ridículo, logo se percebe
O ótimo ator deve estar arrependido, ele não merece
Ainda tem a Cameron Diaz que só contribui com beleza
Mas eles estarão em coisa melhor, pode ter certeza!

http://noticiaemverso.com
twitter: @noticiaemverso

Marcello Trigo disse...

O Besouro Verde foi produzido pelo Rogen.

Acho que isso explica uma vontade que ele tinha de fazer um filme de super-heróis.

Como a Marvel e a DC Comics, competidoras que só tem lançado agora com muita cautela, estavam fora das opções, ele resolveu atacar com uma escolha mais inesperada, e ressucitar um herói que andava meio esquecido. A música do besouro verde, por exemplo, é citada no filme Kill Bill, quando ela anda em sua moto amarela. É um tema bem conhecido. E traz à memória a alma de Bruce Lee, o Kato. No filme há outra referência a ele. Quando os protagonistas conversam sobre o roubo da cabeça da estátua, Kato diz que não apareceu na câmera porque ele é muito rápido para a TV. Foi exatamente este o primeiro comentário que fizeram de Bruce Lee quando ele apareceu vestindo a máscara de Kato na série original, que foi o primeiro trabalho dele em audiovisual, se não me engano. O Bruce tinha que maneirar, porque ninguém via as mãos dele!

No resto, realmente é um daqueles filmes cujos atores envolvidos devem ter participado na esperança de sair um trabalho divertido, ou já sabendo que iam fazer só para juntar uma graninha pra comprar um carro novo.

Concordo com Mel, nada de novo nas lutas.