sábado, 19 de março de 2011

Malu de Bicicleta

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Malu de Bicicleta (2010)

Estreia oficial | no Brasil: 4 de fevereiro de 2011
IMDb



Este "Malu de Bicicleta" é uma adaptação do romance homônimo de Marcelo Rubens Paiva (de 2004), feita pelo próprio autor. E é de se espantar que a obra possua diálogos tão fracos e sem graça, já que o 'forte' (digamos assim) de Paiva é justamente escrever sobre relacionamentos e a falta deles.

Mais surpreendente ainda é que o filme tenha levado três prêmios no Festival de Paulínia de 2010 - direção, ator e atriz; já que, nenhum deles é realmente merecido.

O roteiro é mal construído e inverossímel. Além da forçada de barra de tentar convencer o público de que Marcelo Serrado serve como bonitão conquistador, a história ainda tenta nos convencer de um relacionamento que, sinceramente, não sei nem como acontece. Por que Malu (Fernanda de Freitas) e Luiz (Serrado) se apaixonam mesmo? O filme não nos dá chance de conhecer a personagem Malu tão bem assim para que nos convença de que é ela realmente quem vai fazer Luiz sair da vida de conquistador que vive até ali. E por que Malu se interessaria por Luiz? Aparentemente um homem que não pode ver um rabo de saia, e que não possui nenhuma qualidade evidente de caráter. Difícil dizer. E, mais difícil ainda, comprar essa ideia.

Pra não dizer que tudo é ruim, algumas situações mais engraçadas funcionam (como a menina que não coloca a mão na frente da boca para espirrar), mas acabam sendo eclipsadas pelo fraco roteiro.

A direção de Flávio R. Tambellini (que também fez o terrível "Bufo & Spallanzani", de 2001) também não é nada inspirada, com planos burocráticos e alguns contra-planos que chegam a ser embaraçosos, já que, visivelmente não seguem a continuidade do seu plano anterior.

Chego então, ao ponto que mais prejudica o filme. Seu elenco. Marcelo Serrado até se esforça, mas não tem o carisma que o personagem exigia. Ele não consegue levar o filme. Fernanda de Freitas apenas cumpre seu papel. Já os coadjuvantes variam entre medianos e realmente ruins.

Enfim, um filme raso, com personagens mal delineados e atuações que não passam de medianas. Não foi dessa vez que o Brasil conseguiu emplacar uma comédia romântica, ou um romance, que valesse a pena...

Marcelo Rubens Paiva, continuo sua fã, mas desta vez, você errou feio.


por Melissa Lipinski


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