quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Mary e Max, Uma Amizade Diferente

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Mary e Max, Uma Amizade Diferente (Mary and Max, 2009)

Estreia Oficial: 09 de abril de 2009
Estreia no Brasil: 16 de abril de 2010



Quem disse que animação é feita para crianças? Tá, eu sei que isso é um velho conceito… mas ainda tem gente por aí com esse tipo de preconceito. "Mary e Max", escrito e dirigido por Adam Elliot, é mais uma prova irrefutável de animação feita para gente grande.

Começando por seu visual, que por si só já é depressivo, com sua falta de cores - corroborado com praticamente nenhuma "ação" (no sentido de adrenalina). Mas sem engana quem acha que a falta de cores torna-o pobre visualmente. Muito pelo contrário, os cenários são muito bem feitos, repletos de detalhes - a Austrália de Mary em tons marrons, e a Nova York de Max, em tons de cinza. Os vermelhos são geralmente marcados e pontuam o contraste, mas há também uma ou outra cor que entra em evidência, de acordo com sua importância para a história.

Já os personagens, que muitos podem dizer que são feios, apenas refletem suas dúvidas e dores psicológicas. Mary, uma menina australiana de 8 anos, e Max, um senhor nova yorquino de 44 anos que possui uma deficiência emocional. Nenhum dos dois se encaixa no mundo onde vive, são indivíduos solitários e infelizes, que sempre questionam o mundo à sua volta. E é a partir do improvável encontro desses dois personagens que uma linda história sobre amizade, confiança e companheirismo nasce.

Mas o filme não é só uma bela história contada a partir de feios personagens. É, acima de tudo, uma reflexão sobre o quão insignificantes todos nós somos nesse mundo, ao mesmo tempo em que, cada um de nós, pode ser a coisa mais importante na vida de outra pessoa, é só se ater bem aos detalhes que realmente importam na vida. Além do mais, Elliot traz à tona discussões sobre religião, comportamento, sociedade e sexualidade, da maneira mais improvável: entre diálogos (ou cartas) entre uma menina que não tem amigos e um senhor judeu obeso, com ataques de ansiedade e que aparentemente é 'assexuado'. Mais bizarro impossível. Mais tocante impossível!

Tony Collete faz Mary, e Philip Seymour Hoffman - com uma voz irreconhecível - faz Max. Competentíssimos.

Enfim, falar mais estragaria algumas surpresas do filme. Basta dizer que o longa emociona, tanto em sua pequenas felicidades, como em suas grandes depressões e tristezas.

Fica a dica!


por Melissa Lipinski
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Com uns 10 minutos de filme a Melissa já tava chorando. "Mary e Max" é um filme bem sensível. Anda forte no drama, na solidão das personagens. É bem envolvente.

Consegue ser ao mesmo tempo inocente e adulto. Incrível. Roteiro muito bem construído.

Sobre a técnica de animação: Impecável. Stop Motion feito com maestria. As cores do mundo da Mary e a falta de cores do mundo do Max contribuem e muito para a história. Junte a isso a dublagem dos excelentes Philip Seymour Hoffman e Toni Collette.

Muito bom mesmo. Recomendo.


por Oscar R. Júnior



 

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