quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Reencontrando a Felicidade

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Reencontrando a Felicidade (Rabbit Hole, 2010)

Estreia Oficial: 17 de dezembro de 2010
Estreia no Brasil: 18 de fevereiro de 2011



O roteiro de "Rabbit Hole" trata de um drama intimista vivido por um casal de classe média alta estadunidense que vive no subúrbio, e muito se assemelha, em estrutura e conteúdo, aos dramas dirigidos por Sam Mendes, como "Beleza Americana" (1999) e "Foi Apenas um Sonho" (2008), ou a "Pecados Íntimos" (2006), filme de Todd Field.

O diretor John Cameron Mitchell não recorre a clichês, e a estrutura narrativa do longa jamais cai no lugar comum; assim, as situações criadas pelo roteirista David Lindsay-Abaire e comandadas por Mitchell nunca forçam a barra e sempre parecem naturais e reais.

E são potencializadas pelas ótimas atuações de todo o elenco. Aaron Eckhart está muito bem, e consegue transformar algo que poderia cair no melodrama em uma dor autêntica e, em alguns momentos, até mesmo esperançosa. Mas é Nicole Kidman quem 'manda' no filme. Ela está em um dos melhores momentos de sua carreira (senão o melhor). Kidman nos brinda com uma atuação visceral, cheia de nuances, que vai da dor explícita de uma mãe desesperada, até a tentativa (frustrada) de fazer humor e parecer que está tudo bem, sempre deixando 'farpas' em suas falas para machucar aqueles a quem ama. É a prova de que Nicole Kidman deveria deixar de lado besteiras como "Invasores" (2007), "A Bússola de Ouro" (2007) e "Austrália" (2008), e se dedicar a projetos com uma maior carga emocional, que é onde ela tem se saído melhor, vide "As Horas" (2002), "Dogville" (2003) e "Margot e o Casamento" (2007). Ainda com relação ao elenco, Diane Wiest faz uma ótima participação e rouba as cenas em que aparece.

O ritmo do filme é guiado pelos seus diálogos e, principalmente, pela dor. Dessa forma, não teria como ser um filme de 'edição rápida', já que a sensação de dor (principalmente aquela da perda) nunca o é, e John Cameron Mitchell e o montador Joe Klotz acham o ponto ideal.

Enfim, "Rabbit Hole" mostra que, no geral, as pessoas tendem a tratar das tragédias dos outros como algo contagioso, algo que afeta cada alegria de quem entra em contato com quem está sofrendo. E ainda, o seu ponto mais forte, é que o filme não tenta dar soluções para a dor vivenciada pelos protagonistas, mas sim mostrar o quanto ela está presente em suas vidas, e sempre estará.

Fica a dica!


por Melissa Lipinski
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Como superar a morte de um filho? É para este universo que entramos vendo o filme que tem situações pesadas com belíssimas atuações.

Destaco a atuação da Nicole Kidman. Os últimos filmes que vi com ela foram sofríveis, ao exemplo do "Austrália" (2008) que é uma porcaria. Mas nesse "Rabbit Hole", ela concentra a força do filme nela.

Uma frase para resumir o filme: forte e sensível.

Recomendo.


por Oscar R. Júnior

 


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