sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1 (Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 1, 2010)

Estreia Oficial: 19 de novembro de 2010
Estreia no Brasil: 19 de novembro de 2010

IMDb



A franquia "Harry Potter" fica, a cada filme, melhor, mais tensa e mais adulta. Esse sétimo filme em nada lembra o clima divertido e despreocupado do primeiro da série. Claro que, com relação aos livros também é assim, mas não deixa de ser um ponto positivo também da cinematografia.

E acho que muito da qualidade dos últimos três filmes deve-se a David Yates, que assumiu o comando da saga em "
Harry Potter e a Ordem da Fênix", e vem tornando os filmes cada vez mais sérios e politizados, sem as brincadeiras e deixas cômicas vistas nos anteriores.

O clima de suspense e tensão está presente desde o primeiro segundo da trama, e o roteirista Steve Kloves (que só não assinou "
A Ordem da Fênix") não deixa dúvidas quanto a isso, fazendo com que fique claro, desde o princípio, que os personagens não podem confiar em ninguém. A belíssima fotografia em tons de cinza de Eduardo Serra também contribui para isso; assim como a escolha das locações, colocando o trio protagonista sempre em paisagens áridas ou isoladas, que realçam os sentimentos de solidão e vazio que tomaram conta do mundo bruxo.

Com efeitos visuais superiores aos vistos até então na franquia, esse "Harry Potter 7" faz com que as criaturas do mundo bruxo sejam mais realistas, como os elfos domésticos Dobby e Monstro, que pela primeira vez em sete filmes parecem realmente seres de verdade, com expressões convincentes e uma textura de pele impressionante e terrivelmente real.

Diferenciando-se dos filmes anteriores em sua forma, este filme é o único que não tem o ano letivo de Hogwarts como seu fio condutor. Dessa forma, o tom episódico que faz com que os outros filmes tenham a passagem de tempo tão demarcada não está presente, o que, de certa forma, ajuda na dramaticidade da história, deixando-a mais fluida.

Mas, para mim, o ponto mais positivo (se é que posso chamar assim) do filme é a atuação. Além dos coadjuvantes excelentes, que trazem a 'nata' do cinema inglês, os três protagonistas merecem destaque. Daniel Radcliffe continua bem sucedido em demonstrar o peso e a responsabilidade que pousam sobre os ombros de seu personagem. Rupert Grint finalmente deixou de ser o alívio cômico entre os amigos, e faz um excelente trabalho; ouso dizer que ele até se sai melhor do que Radcliffe. Mas é a (cada vez mais) linda Emma Watson quem rouba a cena e mostra que não é mais apenas aquela garotinha bonitinha e CDF dos primeiros filmes. Pela primeira vez na série é ela quem segura todo o peso dramático da narrativa, mostrando carisma, segurança e talento. E, sem sombra de dúvida, a dinâmica e a química atingida pelos três é algo impressionante e imprescindível para o sucesso da franquia.

Enfim, esse "Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1" não é apenas um belo início do fim. Mas, principalmente, é um ótimo filme por si só.

Fica a dica!


por Melissa Lipinski




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