domingo, 22 de agosto de 2010

A Origem

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Origem, A (Inception, 2010)

Estreia Oficial: 13 de julho de 2010
Estreia no Brasil: 6 de agosto de 2010
IMDb




A primeira coisa que pensei quando acabei de ver “A Origem” foi: “Uau... Tenho que ver esse filme de novo!”. E foi o que eu fiz assim que tive chance... E, toda vez que paro pra pensar a respeito dele, me dá vontade de assisti-lo mais uma vez. Sim, esse filme é incrível! Sim, fiquei tão hipnotizada pela história que, por mais que tentasse me manter distante e com um olhar crítico, era sugada para dentro dela, ficando difícil analisar tudo com um olhar “de fora”. Mas, vamos lá, vou tentar.

Não vou me ater às pouquíssimas coisas que não concordo do filme (são tão poucas e irrelevantes que não valem a pena), pois desde que começamos este blog, é o primeiro filme para o qual 5 estrelas são pouco para classificá-lo. É incrível (já falei isso, né?).

O roteiro espetacular... as ótimas atuações... a direção centrada de Christopher Nolan (um diretor que a cada novo filme me deixa mais sua fã)... a edição precisa de Lee Smith... a arte... a fotografia acertada... enfim, o longa é uma conjunção de fatores que o tornam, sem dúvida nenhuma, o melhor filme deste ano de 2010. E acho difícil um filme chegar à sua altura. Aliás, há tempos não me impressionava tanto com um filme... e ele já está, certamente, na minha lista de favoritos.

Mas vou discorrer um pouco mais sobre a história e do que eu gostei.

As atuações são todas irretocáveis. Leonardo DiCaprio está cada vez melhor em cena (quem me conhece sabe que sempre fui uma defensora deste ator, gosto dele desde que o vi em “Gilbert Grape – Aprendiz de Sonhador”, e, apesar de algumas escorregadas em sua carreira, como “Titanic”, “A Praia” e “O Homem da Máscara de Ferro”, acho que ele tem uma carreira consistente, com ótimas atuações). Ken Watanabe, Tom Hardy, Cillian Murphy, Ellen Page e Tom Berenger estão muito bem. Michael Caine é sempre competentíssimo. Marion Cottilard rouba as cenas em que aparece, conseguindo ir de um extremo - de doçura - ao outro - psicótica - em poucos segundos. Mas para mim, é Joseph Gordon-Levitt o melhor ator do filme, conseguindo transparecer a sua importância para todo o esquema da trama desde sua primeira aparição – e gosto mais dele a cada novo trabalho seu.

A história é sim um pouco complicada, mas não é todo esse emaranhado que a mídia vinha alardeando. É completamente compreensível. Claro que o filme é cheio de sacadas, e, a cada vez que você assistir ao filme, tenho certeza que alguma coisa a mais vai ficar mais clara. Mas Christopher Nolan amarra todas as pontas de seu roteiro, dando dicas aqui e ali do que está acontecendo, e explicando a história à medida do necessário, e o que é mais incrível – sem subestimar a inteligência do espectador.

Aqui abro um parênteses para falar que a personagem de Ellen Page (Ariadne) serve não só como aquela aprendiz que ali está colocada pra fazer as vezes do espectador, e os outros personagens terem que explicar tudo o que acontece para ela. Sim, isso acontece – caso contrário, seria muito difícil conseguir acompanhar o raciocínio do filme. Mas ela não está ali só para isso, e se torna uma peça fundamental em todo o esquema armado na trama, já que é ela a única que tem consciência de tudo que é arquitetado pelo personagem de DiCaprio. E além do mais, o nome da personagem não foi dado à toa, pois assim como na Mitologia Grega (Ariadne foi quem entregou o barbante para Perseu não se perder no labirinto do Minotauro), é ela a responsável por trazer todos de volta à realidade, saindo do labirinto por ela criado.

Já falei da genialidade do roteiro? É incrível (já nem sei quantas vezes usei essa palavra...) como Nolan consegue fazer um filme se encaixar em tantos gêneros: é ficção, é ação, é filme de equipe, é drama... Todos magistralmente orquestrados na medida certa. Os efeitos especiais (que por sinal são ótimos!) estão ali para ajudar a contar a história, e não para mostrar o quão avançada é a tecnologia, como faz Roland Emmerich em seus filmes... A cena em que Leonardo DiCaprio leva Ellen Page pela primeira vez para dentro de seu sonho é de cair o queixo, pela perfeição dos efeitos, e genialidade da ideia.

Outra coisa que me chamou a atenção no roteiro foi a forma sutil como Nolan trata de certos assuntos. Vou citar um só exemplo: como sons ou sensações externas aos nossos sonhos acabam incorporando-se a eles para evitar que despertemos. E ele utiliza-se dessa informação várias vezes no decorrer da história, como a música que toca em uma camada de sonho e é ouvida em outra; ou o fato de estar chovendo no sonho de um personagem que estava com a bexiga cheia; ou ainda o solavanco de uma van em uma camada de sonho alterar a gravidade em outra (o que gera uma das cenas mais espetaculares do filme).

Mas não poderia acabar de escrever sem mencionar o que talvez mais tenha me emocionado quando assisti ao filme: a sua edição perfeita. É impressionante como Nolan e seu colaborador habitual, Lee Smith, conseguem manter a tensão tendo várias camadas de realidades com ações distintas. E eles conseguem. No ápice dramático do filme, há uma edição paralela de cinco “realidades” acontecendo simultaneamente, e a impressão que tive, é que naqueles minutos que estava ali vendo tudo aquilo, parei de respirar, tamanha era a tensão mantida no ar. A cena que “resolve” todo o plano do filme é de uma beleza estética que emociona (não pelo seu apelo dramático), mas pela sua brilhante orquestração técnica – tudo culmina de uma maneira belíssima: fotografia, trilha musical e edição. Para quem gosta de cinema, não há como não se emocionar.

Já que citei a trilha musical... há tempos não via um trabalho tão bom de Hans Zimmer. É verdade que ele é sempre competente, mas aqui, a trilha é sublime.

Enfim, não tenho mais elogios ao filme...

Fica a dica! Assistam várias vezes...


por Melissa Lipinski
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Já de cara, a trilha musical do filme te joga pra dentro dele.

No início da história já fiquei concentrado para entender tudo o que estava passando. Conforme a história vai sendo contada, vamos entrando mais e mais da mesma, e por mais complexa que ela possa ser, o roteirista e diretor Christopher Nolan é muito eficiente. Cada personagem é muito bem construído e muito bem interpretado.

Quanto às interpretações, têm destaque o Leonardo DiCaprio e a Marion Cotillard. Eles estão muito bem. Os outros também estão muito bem.

A montagem do filme é incrível, nos segura de tal forma à trama que tive a sensação de só recuperar o fôlego e voltar a respirar novamente quando os créditos começaram a subir. Como se da metade pra frente eu tivesse parado de respirar.

E, para coroar, o final nos deixa em aberto.

O peão vai cair ou não?

Definitivamente esse filme entra pro hall dos melhores filmes que já assisti.

Recomendo aos quatro ventos.


por Oscar R. Júnior


Um comentário:

Breno_Biagiotti disse...

Mel...vc matou a pau! Da doçura à psicose! Marion na minha opinião roubou a cena! Bela crítica do casal, bem fundamentada em duas assistidas... Acho que vou ter que rever pra poder acompanhar os detalhes que ficaram pra trás! Querem ir pela terceira vez? hehehe
Filmaço! Melhor ainda com 400g de Doritos! E Oscar...vê se da próxima vez faz menos barulho pô!