segunda-feira, 1 de março de 2010

Paris 36

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Paris 36 (Faubourg 36, 2008)

Estreia Oficial: 24 de setembro de 2008
Estreia no Brasil: sem data prevista
IMDb



"Paris 36" não traz nada de novo: parece que você já viu este filme, que fala principalmente de amor numa trupe de teatro de vaudeville.

Ambientada numa Paris pré-Segunda Guerra Mundial, onde a classe operária começava a se sindicalizar, a história poderia muito bem se passar em qualquer outro momento, pois esse pano de fundo histórico que o roteiro incorpora, em nada muda o curso da trama, que se foca inteiramente nas relações de amizade dos membros do teatro e no amor... principalmente no amor pelo teatro. É mais ou menos aquela história do "o show não pode parar".

Não que a história não cative, pois a verdade é que você fica entretido, apesar de o filme ser um pouco longo demais. Mas há coisas que não dá pra entender, por exemplo: por que contar a história em flashback? Isso só faz com que um bom momento que poderia ser de tensão (olha o spolier! Aquele em que o protagonista Pigoil tenta se matar) seja eclipsado - já que sabemos que este não irá morrer, visto que é ele quem conta a história para um inspetor de polícia no momento em que é preso por ter cometido um crime. Por que não contar de forma linear? Para tentar inovar? Mas já faz um bom tempo que histórias contadas em flashbacks não são inovação... Mas enfim, há deslizes no roteiro sim, mas as cenas de música são tão singelas e emocionantes que acabamos nos envolvento com a história.

Destaque nas atuações ficam por parte de Gérard Jugnot, que faz Pigoil (eu já tinha gostado do ator em "A Voz do Coração", de 2004), e Nora Arnezeder, que interpreta a jovem cantora Douce, que encanta a cada nova canção que entoa.

A música indicada ao Oscar, "Loin de Paname", cantada por Arnezeder, é muito delicada e empolgante, e faz com que, ao final do filme, fiquemos com vontade de correr para ouvir mais uma vez toda a sua trilha musical.

Enfim, é um bom divertimento. Não chega a ser marcante ou inesquecível. Mas vale a pena dar uma conferida, ainda mais se você for fã de uma boa música francesa.


por Melissa Lipinski


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