segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Vício Frenético

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Vício Frenético (The Bad Lieutenant - Port of Call: New Orleans, 2009)

Estreia Oficial: 4 de setembro de 2009
Estreia no Brasil: 15 de janeiro de 2010
IMDb


Neste “Vício Frenético” (mais uma tradução infeliz de título), Nicolas Cage volta à sua velha forma, e mostra uma atuação fantástica. Acho que ele se sai melhor quando faz personagens que apresentam algum problema psicológico, dependência, estresse ou apenas estão cansados da vida, visto que considero seus melhores trabalhos “O Sol de Cada Manhã”, “O Senhor das Armas”, “Os Vigaristas”, “Adaptação”, “Vivendo no Limite” e “Despedida em Las Vegas”.

Aqui não é diferente, e Cage interpreta um Tenente da polícia que, devido a um incidente logo após a passagem do furacão Katrina, começa a sentir dores nas costas e, em decorrência disso, busca alívio e conforto em todo tipo de drogas.

E Nicolas Cage consegue transformar o Tenente Terence McDonagh em um pessoa sofrida, capaz de cometer atos horríveis e inescrupulosos, como torturar duas velhinhas em um asilo afim de conseguir uma informação. Mas, devido à atuação visceral de Nicolas Cage, passamos a sentir pena do personagem, o que acaba tornando suas vis ações justificadas (por nós espectadores) pelo fato de estar se deteriorando nas drogas.

Aliás, Nicolas Cage não cansa de interpretar tipos excêntricos (e não tem medo disso). E seu Tenente McDonagh é mais um na coleção de seus personagens bizarros. O andar arrastado, as costas encurvadas, os ombros inclinados para um lado devido às dores nas costas e o insistente ato de passar a mão nos cabelos, poderiam transformar o personagem em uma caricatura, mas que, nas mãos do ator, apenas revelam o quão desorientado e abalado psicologicamente ele está ficando.

Werner Herzog faz um trabalho muito bom e sua escolha por inserir répteis (principalmente iguanas) em alusão às alucinações do personagem principal é, no mínimo, curiosa, mas sempre bem colocada.

Enfim, não é um filme 'fácil' - assim como todos de Herzog - mas é um ótimo exemplar de um longa policial, com sua trama bem amarrada e vários pontos de virada, assim como uma boa quantia de piadas para o alívio cômico de uma história bastante pesada.


por Melissa Lipinski
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“Vício Frenético”. Sim, mais uma tradução bizarra de titulo. O pior é quando o título no Brasil não te chama pra ver o filme. Esse não me chama muito, mas … assisti mesmo assim, hehe.

O filme se passa em New Orleans, a cena inicial é durante a devastação ocorrida pelo Katrina. Não foi explicado direito como Terence McDonagh (Nicolas Cage) começa a ter fortes dores nas costas. O filme só mostra o médico falando que vai sentir dores sempre.

Não fica claro pra mim como ele se machucou, mas percebemos as conseqüências desse machucado. Entender essa dor só é possível através da bela atuação de Nicolas Cage. O jeito de andar, de segurar as coisas, de respirar.

Gostei da história do filme. Ele vai se afundando cada vez mais nas drogas, no jogo, se envolvendo cada vez mais com grandes bandidos e por ai vai.

Achei que perto do fim, tudo estava dando errado pra ele, de repente, em duas seqüências tudo voltou ao normal (a do tiroteio na casa dos traficantes e a seguinte com as notícias chegando a ele na delegacia). Achei que forçaram a barra com essa resolução dos problemas, forçaram demais.

O que gostei: das alucinações que ele estava tendo com répteis. Muito bom o recurso e a fotografia desses planos.

O que não gostei: da cena inicial, dele salvando um preso. No final das contas essa cena não serviu pra nada. Só pra mostrar que ele não era tão corrupto antes de ter chegado a Tenente. Mas não preciso dessa cena pra perceber isso, pois ele tem ligações com tudo quanto é tipo de ilegalidade.

Destaco novamente a atuação do Nicolas Cage, ele é o que salva o filme. Destaque também para Eva Mendes, ele está boa no filme. Quem está apagado é o Val Kilmer, faz uma ponta só e mesmo assim achei mais ou menos.


por Oscar R. Júnior


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