quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Sherlock Holmes

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Sherlock Holmes (Sherlock Holmes, 2009)

Estreia Original: 24 de dezembro de 2009
Estreia no Brasil: 8 de janeiro de 2010
IMDb



Não sei qual foi a última adaptação de um filme protagonizado por Sherlock Holmes. Lembro-me de "O Enigma da Pirâmide" (nas saudosas tardes de "Sessão da Tarde"). Mas sei que faz um bom tempo (chuto uns 10 anos) que o detetive da Baker Street não ganhava às telas. E digo que valeu a pena esperar.

Não que o filme seja perfeito. Há falhas, certamente. Mas ver Robert Downey Jr. dando show em sua representação do astuto detetive valeu a espera.

Sim, eu tinha receio deste longa, ainda mais depois de assistir aos trailers (repletos de muita ação). Tinha medo de que tivessem ignorado a essência do personagem. Mas não. É verdade que há muita ação. Mas ela não atrapalha o desenrolar da fraca história (da qual falarei mais abaixo). E nunca achei que iria falar isso, mas até acho que as cenas de ação tornam a história mais interessante.

Mas quanto ao personagem, talvez este Sherlock Holmes de Guy Ritchie seja um dos mais fiéis à literatura de Sir Arthur Conan Doyle que já vi. Claro que fisicamente Robert Downey Jr. não lembra o detetive narrado nos livros: alto, magro e de nariz adunco. Mas a personalidade de Holmes está ali: extremamente observador, de raciocínio rápido, cínico (como todo ser humano muito inteligente), excêntrico e - o que várias adaptações cinematográficas gostam de esquecer - um ótimo lutador. Claro que algumas coisas ficaram de fora, como seu vício pela cocaína, mas é compreensível, visto que é um filme comercial que precisa, acima de tudo, entreter, e não gerar polêmicas desnecessárias sobre a apologia ao uso dessa droga.

Gostei particularmente de como o detetive antevê suas ações logo depois de uma rápida observação de seus adversários, ou como, em um restaurante lotado, cheio de detalhes que o perturbam, é obrigado a fechar os olhos para relaxar. E ainda bem que não há a célebre fala “Elementar meu caro Watson”, visto que esta foi uma invenção de uma das adaptações para o cinema e não existe na obra de Arthur Conan Doyle.

Aliás, é na atuação de Robert Downey Jr., e na sua química com Jude Law, que está todo o charme desta produção. Como já falei, Downey Jr. é o 'senhor da situação', e nos faz esquecer qualquer outra adaptação que tenhamos visto de Sherlock Holmes. E Jude Law encarna Watson com bastante segurança, e, ao mesmo tempo em que transmite seriedade, também demonstra toda a admiração e carinho que sente pelo seu companheiro.

Pena que não se pode falar o mesmo do restante do elenco. Acho Rachel McAdams uma boa atriz, mas ela nada pode fazer em prol de sua personagem, já que esta surge em cena apenas como um interesse amoroso do protagonista. Já Mark Strong, como Lorde Blackwood, encarna um vilão totalmente caricato, mais por culpa do roteiro do que pela sua atuação.

E é no roteiro que reside o grande problema deste "Sherlock Holmes". A trama é enrolada e cheia de reviravoltas que servem apenas para confundir o espectador. Ao final, diante das conclusões de Holmes, me senti mais enganada do que satisfeita; em vez de ver quão brilhante é o detetive em suas deduções, fiquei me questionando em que momento ele conseguiu juntar tantas informações para elaborar seu raciocínio lógico.

Mas enfim, é sempre bom ver um ator seguro em seu personagem (ainda mais um personagem já famoso). Ainda bem que Robert Downey Jr. voltou à sua velha forma... Fico esperando poder vê-lo confrontando o Professor Moriarty, que, se seguir os livros, será finalmente um adversário à altura do excepcional Sherlock Holmes.


por Melissa Lipinski
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Confesso que o trailer não me atraía muito. Muitos efeitos para um personagem que é conhecido pela inteligência e perspicácia e não por ser ágil ou forte.

Ao iniciar o filme vemos que mesmo em lutas, o personagem calcula tudo meticulosamente, inclusive o tempo de recuperação mental e física do ataque. Isso é de uma riqueza incrível. Não somente nas cenas de luta como também naquelas em que Sherlock Holmes (Robert Downey Jr.) está em um restaurante. Fica observando atentamente a tudo e a todos, tendo noção exata do que todos estão fazendo.

A interação entre Sherlock Holmes e o Dr. Watson (Jude Law) é incrível, obviamente gerada pela ótima atuação da dupla que gera um tom de comédia em vários momentos do filme. O ritmo do filme é excelente, flui super bem.

Quanto à resolução dos enigmas, ficou devendo os que são em relação ao grande inimigo do filme, o Lord Blackwood (Mark Strong), em que Holmes fala de como desvendou no final, e rápido, sem nos dar a chance de descobrir algumas dessas coisas junto com ele.

Só para constar. A personagem da Irene Adler (Rachel McAdams) fica de lado por causa da superioridade da atuação de Downey Jr e Jude Law. É a vida.

Recomendo.


por Oscar R. Júnior


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